A eleição municipal no Brasil, para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador, acontece em 6 de outubro deste ano. Com isso, torna-se comum ataques envolvendo vida particular, preferências religiosas e de gênero são usadas em postagens e até vídeos produzidos com deepfakes - a palavra vem do inglês: fake (falso) e deep learning (aprendizagem profunda de dados). Os deepfakes são vídeos e/ou montagens fotográficas criadas com a tecnologia de inteligência artificial para manipular ou produzir imagens credíveis de situações que nunca aconteceram. Imagens de um candidato para simular uma situação que nunca existiu.

A editoria do S.Press, recebeu nesta quarta-feira, 7, um vídeo de extremo mau gosto com imagens retiradas do Onlyfans através de montagens um tanto amadoras, com a intenção de divulgar inverdades sobre o candidato a vice-prefeito Fabio Jorge. Tudo falso. Montagens com o claro objetivo de enganar e confundir o eleitorado, estão circulando nos grupos de WhatsApp e ainda comunidades - principalmente as religiosas - de nossa cidade. Assim, como as fake news (notícias falsas), esse método traz um enorme risco para a sociedade, pois claramente ela será associada a outro candidato ou grupo concorrente.

A ocorrência mais emblemática aconteceu em 2018, com um vídeo íntimo de um homem com seis mulheres começou a circular na internet - levantou-se a hipótese de que se tratava do então candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Doria, quando um suposto vídeo erótico foi divulgado antes da decisão do segundo turno. Em questão de minutos, o tema havia se tornado o tópico mais comentado do Twitter no Brasil e se espalhado em diversos grupos de WhatsApp. Mesmo falso, o vídeo contribuiu com um aumento da popularidade do então candidato. Em tempo, João Doria foi eleito governador de São Paulo. O marketing inverso contribuiu para isso.

O que se tenta agora com esse vídeo - além de atingir a vida particular do vereador Fábio Jorge - é tentar influenciar com desinformação - de péssimo mau gosto por sinal - o eleitorado de nossa cidade. Paira então uma questão no ar: - Porque tentar atingir um candidato à vice quando o alvo - teoricamente - deveria ser o candidato majoritário? Não se sabe. Esquecem, porém, que o marketing inverso poderá fortalecer ainda mais o atingido e por junção, o majoritário.

Quando alguém é atacado em sua reputação com imagens repugnantes como essa postagem, uma pergunta vem à tona: - Até que ponto chega a falta de escrúpulos dos adversários na política em nossa cidade?