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Sexta-feira, 23 de Maio de 2025
Turismo de Salto sofre com obras mal planejadas, falta de manutenção e erros de projeto

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Turismo de Salto sofre com obras mal planejadas, falta de manutenção e erros de projeto

Equipamentos turísticos inoperantes, estruturas subutilizadas e investimentos comprometidos revelam falhas técnicas da Prefeitura da Estância Turística de Salto.

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O Museu da Água foi construído em área sujeita a alagamentos; o Planetário de Salto está pronto, mas inoperante por falta de acesso viário e equipe técnica; e os banheiros do Pavilhão das Artes seguem fechados por problemas na rede de esgoto. Esses são apenas alguns exemplos que escancaram a fragilidade da gestão técnica da Prefeitura da Estância Turística de Salto.

Quem visita o Pavilhão das Artes e se depara com a estrutura imponente dos banheiros dificilmente imagina que eles estão interditados há mais de cinco meses. O motivo? O projeto elaborado pelo Setor de Convênios da prefeitura não considerou a capacidade da rede de esgoto da rua José Wheisson, onde está localizado o equipamento. Os sanitários foram distribuídos em dois pavimentos: o superior, destinado ao público feminino, conta com fraldário e 12 vasos sanitários; o inferior, voltado ao público masculino, possui outros 12 vasos e 12 mictórios. Contudo, a rede coletora local não comporta a carga total de esgoto quando os banheiros estiverem em plena operação. Por isso, o DADEtur (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos), órgão financiador da obra, ainda não autorizou sua utilização.

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Outro exemplo emblemático é o Museu da Água, construído na região noroeste da cidade, às margens do Ribeirão Buru - uma área reconhecidamente inundável. A Secretaria Municipal de Comunicação e Turismo já classificou o empreendimento como “obra perdida”. Agora, resta à prefeitura avaliar a possibilidade de demolição e aguardar um posicionamento do DADEtur, que poderá considerar o erro como fator de impacto nos futuros repasses de recursos à cidade.

A passarela do Parque Natural Ilha da Usina também está interditada, resultado da ausência de manutenção nos últimos quatro anos. Três vistorias técnicas constataram que a estrutura de madeira, guarda-corpos e piso estão em condições impróprias para receber visitantes. Como consequência, o Memorial da Imigração Japonesa - cuja entrada depende da passarela - também permanece fechado. A reforma deve se estender ao longo de boa parte deste ano.

Já o Planetário de Salto, uma iniciativa privada do empresário Natale Dalla Vecchia, encontra-se finalizado, com todos os equipamentos adquiridos. Entretanto, segue sem funcionamento por depender do cumprimento de um acordo firmado pela gestão anterior da prefeitura, que previa a pavimentação da via de acesso, obras de drenagem e instalação de iluminação. O mesmo documento também atribuía ao município a contratação do corpo técnico responsável pela operação do planetário - medida que ainda não foi executada.

Outros projetos turísticos também enfrentam entraves. O Boulevard da Barra segue incompleto, distante da proposta de se tornar um polo gastronômico conforme planejado pela administração passada. Moradores da Vila da Barra, ouvidos pelo Portal Spress, expressaram descontentamento com o abandono da área. Um imóvel desapropriado, que deveria servir de apoio aos turistas, segue fechado e sem intervenções. No Beco da Memória, os guarda-chuvas decorativos instalados desapareceram. Mais uma obra financiada com recursos do DADEtur que não foi entregue em sua totalidade.

No Parque Rocha Moutonnée, os toldos da entrada ainda aguardam manutenção desde o vendaval de novembro de 2023. Além disso, as réplicas de dinossauros, que são atração do local, não recebem manutenção desde sua inauguração. Questionada, a secretária municipal de Comunicação e Turismo, Iara Bortolucci, informou por meio de nota que a prefeitura aguarda a visita de técnicos especializados para orçar a recuperação das peças.

A situação atual do Turismo em Salto poderia ser outra caso houvesse maior diálogo entre a prefeitura, o trade turístico e o Conselho Municipal de Turismo. Uma gestão mais participativa e transparente poderia evitar parte desses problemas enfrentados. Agora, a Secretaria de Comunicação e Turismo aguarda a divulgação do ranking das estâncias paulistas para saber se o município será contemplado com novos repasses em 2025.

FONTE/CRÉDITOS (IMAGEM DE CAPA): Divulgação
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