Essa recomendação baseia-se em estudos apresentados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que apontam uma potencial redução de até 2,9% de energia gasta, na demanda máxima noturna, caso a medida seja implantada novamente. Segundo os estudos do ONS, o impacto seria mais abrangente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, áreas onde o consumo noturno de energia elétrica é maior devido ao uso de iluminação pública, residencial e comercial.
Ainda assim, a decisão final sobre a adoção do horário de verão depende da presidência da república, que deverá avaliar o tema em conjunto com outros ministérios e setores da economia. Os defensores da volta do horário de verão argumentam que a medida não apenas ajudaria a reduzir a demanda por energia nos horários de pico, como também poderia contribuir para a sustentabilidade energética.
A maior quantidade de luz solar disponível ao final do dia significaria menos uso de iluminação elétrica, resultando em um menor impacto nas redes de distribuição de energia. Além disso, há um argumento econômico: o horário de verão proporciona mais tempo para atividades ao ar livre e o funcionamento de estabelecimentos comerciais, o que pode gerar maior movimento no comércio e nos setores de turismo e entretenimento.
Por outro lado, críticos do horário de verão argumentam que a medida traz desconforto à população, já que a mudança no relógio pode alterar os ciclos de sono e impactar a produtividade. Outro ponto frequentemente mencionado é que, em tempos de tecnologias avançadas, como o uso generalizado de aparelhos eletrônicos que funcionam de forma independente da luz solar, a economia de energia proporcionada pela mudança de horário é mínima e não justifica os potenciais transtornos. Além disso, em regiões mais próximas ao Equador, como o Norte e o Nordeste do Brasil, o horário de verão não é eficaz, pois a variação da duração do dia entre as estações é muito pequena, tornando a medida irrelevante para a economia de energia nesses locais.
Diante dessas alternativas, o governo federal está avaliando a recomendação feita pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e os estudos do ONS. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a decisão final será tomada após consultas a diferentes ministérios, setores da economia e do poder Judiciário. Se for confirmado, o horário de verão deverá seguir a tradição de começar no primeiro domingo de novembro, com os relógios adiantados em uma hora. Caso contrário, o Brasil permanecerá sem a mudança de horário, como ocorre desde 2019.
A expectativa é que, nos próximos dias ou semanas, o governo anuncie sua decisão. O principal fator a ser considerado será a sustentabilidade energética, especialmente com o aumento da demanda por eletricidade durante o verão, quando o uso de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores é mais intenso.
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Nota da Editoria:
O retorno do horário de verão em 2024 é uma possibilidade real, mas ainda depende de uma decisão final do governo Lula. Estudos apresentados indicam que a medida poderia reduzir a demanda por energia elétrica nos horários de pico, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. No entanto, os impactos em termos de economia energética e o conforto da população ainda são questões centrais que precisam ser avaliadas.
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