A Estância Turística de Salto sediou nesta quinta-feira (24) a 2ª reunião do Grupo de Fiscalização Integrada das Águas do Rio Tietê (GFI-Tietê). O encontro teve o objetivo apresentar um Plano de Ação desenvolvido pelo grupo, que visa intensificar a fiscalização de mananciais, com foco na redução da proliferação de algas e macrófitas - problema que se agravou desde o ano passado devido ao aumento da temperatura média no estado de São Paulo.

Além disso, a reunião objetivou a mobilização das prefeituras da região de Sorocaba a integrarem o grupo, ampliando essas ações de fiscalização no território paulista. Entre os membros do GFI-Tietê, estiveram presentes o subsecretário de Recursos Hídricos e Saneamento da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), Cristiano Kenji; o diretor da Bacia Médio Tietê e representante da SP Águas, Felipe Gobet Aguiar; além de representantes da Polícia Militar Ambiental, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SAA) e dos Comitês de Bacias Hidrográficas.

Na ocasião, os representantes do GFI-Tietê apresentaram os planos de curto, médio e longo prazo, detalhando processos de fiscalização e proteção ambiental do rio. Foram explanadas as ações já iniciadas no período emergencial, como o vertimento controlado em Barra Bonita, no Baixo Tietê, e o lançamento de uma sonda para monitoramento da qualidade da água a jusante da barragem da cidade. Ao final das apresentações, o grupo abriu espaço para diálogo com as autoridades, que puderam apresentar suas demandas regionais e buscar soluções junto aos representantes, com foco na realidade enfrentada pelos municípios.

Durante toda a reunião, membros do GFI-Tietê reforçaram a importância da participação das prefeituras. Ao final do evento, foi aberta às cidades presentes a oportunidade de adesão ao grupo. O subsecretário da Semil, Cristiano Kenji, destacou que o principal objetivo da reunião é conscientizar todos os atores envolvidos sobre a importância da participação. “Para que a fiscalização possa ser expandida no estado, é imprescindível a entrada dos municípios e dos Comitês de Bacias, além do envolvimento da sociedade civil. Assim, poderemos ter uma ação integrada em todo o estado, promovendo uma regionalização de forma estruturada. O GFI é um grupo em constante aprimoramento, e somente com a participação de todos poderemos proteger nosso meio ambiente de maneira mais efetiva, garantindo a melhoria da qualidade das águas do Rio Tietê”, finalizou Kenji.

Desde o início das operações, no mês passado, as equipes já percorreram 3.545,60 km de trechos navegáveis do Rio Tietê, cobrindo aproximadamente 244 mil hectares de áreas estratégicas para a preservação ambiental. Até o momento, foram registradas 56 ocorrências de infrações ambientais em diversos municípios da região, resultando na lavratura de 77 Autos de Infração Ambiental (AIAs), totalizando R$ 190.801,45 em multas. Do total de ocorrências, 26 estavam relacionadas ao desmatamento irregular, oito ao descumprimento de Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental (TCRA), uma à fauna silvestre; 19 à pesca irregular e duas a infrações administrativas. O município com maior número de irregularidades foi Piracicaba, com 10 autuações; seguido de Cabreúva, com nove; e Ibitinga, com cinco. Newsse per[iodo a Cetesb vistoriou 10 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e quatro empresas, além de coletar outras 32 amostras para análise.

Conscientização e Educação Ambiental 

A Semil e a Polícia Militar Ambiental vão realizar, ainda neste semestre, uma campanha de educação ambiental nas escolas, com o objetivo de sensibilizar alunos e comunidades sobre a importância da preservação dos recursos hídricos e os impactos das atividades humanas no meio ambiente. A proposta busca fomentar o engajamento da população na recuperação do Rio Tietê.

Sobre o GFI-Tietê 

Criado em 25 de março, durante o Fórum de Integração das Ações de Recuperação do Rio Tietê (FIAR-Tietê) - instância de governança do Programa IntegraTietê -, o grupo tem como principal missão promover fiscalizações periódicas ao longo do Rio Tietê, seus afluentes e braços, com foco na identificação de fontes de poluição, como o lançamento irregular de esgoto, resíduos industriais e agrícolas. As ações se concentram nas áreas mais críticas, previamente mapeadas pelas equipes técnicas.