Crostoli ou Grostoli, tanto faz... Ambas as palavras definem essa doce iguaria de massa que lembra os cafés da tarde na casa dos avós; o inverno; sabor do açúcar e canela na boca e as mãos meladas. Sua massa é estendida numa tira larga e fina e modelada manualmente em formatos de dobraduras (como um nó), depois fritas e polvilhadas com açúcar e canela. Uma doce iguaria que foi popularizada no Brasil a partir da chegada dos imigrantes italianos com muitos nomes, dependendo da região do país. Você pode conhecê-la por ‘orelhas de gato’; ‘cueca virada’; ‘cavaquinho’; ‘grostoli’ ou ‘coscorão’. Independente de qual seja seu nome, o que realmente importa é saborear é essa tradicional guloseima.
Está presente na culinária de diversos países europeus, variando de nome, mas não de receita. Em vários países da Europa, o Crostoli uam receita típica do Natal e Ano Novo; na Itália, é tradicional no Carnaval, porém aqui no Brasil não tem vínculos com épocas ou datas comemorativas. Seu formato mais comum tem uma massa espessa e fofa com a consistência de um pão doce. Outras variantes são de massa bem fininha e crocante ou ainda na versão de massa dupla, levemente folhada. No entanto, todas tem o mesmo processo de dobradura da massa, a fritura por imersão e a finalização com açúcar e canela em pó.
A receita
Embora existam inúmeras versões, é muito básica: ovos, açúcar, manteiga ou margarina, uma dose cachaça, fermento em pó e farinha de trigo. Os ingredientes devem ser misturados até formar um empasto que possa ser espichado com rolo de massa. Depois, corta-se a massa em forma de losango, com um pequeno corte ao meio. Uma ponta do losango deve ser passada pelo corte, formando uma espécie laçada. Há também a variante onde se corta a massa em retângulos, com o corte central por onde uma das pontas da massa deve ser passada, formando um tipo de nó de fita. Feito isso, é fritar em óleo quente e polvilhar com açúcar misturado com canela. Confira o vídeo abaixo:
Raramente, nos dias atuais vemos a preparação do Crostoli em casa, mesmo nas cidades do interior. Com isso; o saber fazer, o costume de servi-lo e a tradicional receita estão se perdendo aos poucos. O certo é que com a passagem dessa manufatura caseira para a comercial/artesanal, receitas tradicionalmente familiares vão morrendo junto com as avós, as mães;, que aprenderam com suas avós e suas mães, sempre na cozinha da casa, primeiro observando-as e depois ajudando-as, enquanto o cheiro de óleo quente na frigideira de ferro se fazia sentir na cozinha.
O Crostoli é uma iguaria calórica, até ‘politicamente incorreta’ num tempo onde a forma do corpo, o exercício e a onda fitness interdita a comida, substituindo-a por shakes, proteínas, batata doce e frango. Mas, tudo bem - se saúde é o que interessa - lá de vez em quando podemos degustar um pouco dessa doce iguaria ou até prepará-la em casa para gulosamente degustar um saboroso Crostoli num café com a família, lambuzando as mãos e lambendo os dedos como quando éramos criança.
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