O azeite de oliva, ingrediente fundamental nas diversas receitas e símbolo da culinária brasileira, se tornou um artigo de luxo para muitas famílias. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do azeite de oliva disparou 49,43% entre abril de 2023 e abril de 2024, apresentando a quarta maior inflação nos últimos 12 meses e tornando um produto cada vez mais inacessível. Com um aumento de quase 50%, o produto vem sendo colocado em alguns mercados com lacres antifurto e até mesmo trancado por chave. Este aumento só perde para a cebola (86,13%), tangerina (58,02%) e batata-inglesa (57,94%).
Nas prateleiras dos supermercados, o azeite se tornou item que nem todos os clientes podem levar para casa. A realidade da disparada de preços impacta diretamente a tradição culinária, afetada pela falta de acesso a um ingrediente tão importante. Especialistas ainda apontam a escassez e a origem do produto como os principais fatores para o aumento do preço. Essa variação de preços deve-se à terceira estiagem consecutiva na Espanha, maior produtor mundial de azeite de oliva, marcado por secas e clima quente, onde o produto também se tornou um artigo de luxo.
A falta de oferta global, em conjunto com a qualidade do azeite de oliva, que geralmente é importado, contribui para a alta dos custos Atualmente, um litro de azeite custa naquele país, o valor proporcional a R$ 41 reais. Até 2023, eram importadas para o Brasil 19 mil toneladas de azeite de oliva. Com essa situação, esse montante diminuiu e a oferta também. Diminuindo-se a oferta, pressiona o mercado para um aumento do preço. Essa situação coloca em evidência a crescente dificuldade que muitas famílias enfrentam para manter seus hábitos alimentares, sendo obrigadas a buscar alternativas mais acessíveis, mesmo que isso signifique abrir mão do sabor e da tradição. Em terras brasileiras, essa demanda também vem sofrendo por conta das fortes secas, falta de chuvas e temperaturas médias que colocam em risco as atividades agrícolas deste setor no país. Lembrando que o Brasil já figurou entre os 100 melhores azeites do mundo.
Como saber se o azeite é falso?
O azeite de oliva extravirgem adulterado é aquele em que o sumo da azeitona é diluído em outros óleos, como o de soja. A forma mais simples de saber se o produto que você comprou é falso é por meio do aroma. O extravirgem é produzido com azeitonas frescas, logo, ele tem um cheiro semelhante ao fruto. Se você notar um aroma parecido com óleo de cozinha, há grandes chances do azeite ser fraudulento. Outra maneira de descobrir a veracidade do azeite de oliva é colocar congelar um pouco como em uma forma de gelo. Se ele ficar consistente e com cor de manteiga, é um azeite extravirgem. Agora, se ele não congelar e ficar pastoso e embranquecido, certamente é falso. Isso porque o azeite adulterado costuma ter óleo de soja na sua mistura, isso impede que ele congele.
Na hora de escolher o azeite no supermercado, verifique se os ingredientes são puros e feitos com mais de um tipo de azeitona. O ideal é que ele não tenha nenhuma mistura com outras fontes de gordura. O preço é outro fator que ajuda a descobrir se o azeite extravirgem é falso. Se ele estiver muito barato, talvez ele seja falsificado. Por fim, dê preferência a marcas conhecidas e que não estejam envolvidas em escândalos de fraudes. Você pode pesquisar essas informações no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias/mapa-esclarece-informacao-sobre-a-fraude-em-azeite-de-oliva-extravirgem-importado
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