Galileo Galilei foi um sujeito genial. É pena que, sua genialidade foi proporcional ao seu azar. Contudo, verdade seja dita, sua má sorte ou azar, foi igual a de outros contemporâneos seus nas artes. Isso se enfatiza mais porque, mesmo vivendo em pleno esplendor do renascimento, eles não tiveram o devido reconhecimento quando viviam. Acontece que, no caso de Galileo Galilei, a coisa foi mais cruel. Fontes indicam que, além do seu não reconhecimento, ele chegou a ser execrado. Vejamos isso melhor...
Em linhas gerais, sabemos que ele teve dificuldades na época por suas ideias, mas é incrível saber que, foi a ponto de ser EXECRADO! Investiguei melhor esse fato que ouvira e aí sim, minha admiração por ele tornou-se ainda maior. Até então, eu o tinha apenas como um visionário, uma espécie de Dom Quixote e acabei ficando pasmo em saber que, apesar de ser um gênio, morreu cego. Pior ainda, foi condenado por convicções que, mais tarde se comprovaram totalmente verdadeiras!
Vale aqui uma ressalva aos fatos posto que, nós olhamos aquela época pelo prisma de hoje. Muitos até gostaríamos ter vivido no período do renascimento face uma imaginação de glamour, poesia, realizações. Só que, certamente não foi assim. As coisas na época, não só não foram tão românticas com pintores, escultores e artistas pois não granjearam o sucesso que, hoje lhes atribuímos. O ponto nessa reflexão porém, é que Galileo Galilei sofreu uma sobrecarga e injustiça maiores!
As agruras que me refiro, deve-se ao bloqueio injusto que sofreu por seus trabalhos. O cenário era de ignorância, agravado pela visão teocêntrica da terra ser o centro do universo. Chama atenção então, além da ignorância, a pretensão dos sabichões de plantão, intolerantes ao ponto central da teoria dele: a terra é que gira em torno do sol e não o contrário como dizia a Igreja. Isso o levou à condenação e para sobreviver à pena máxima, teve que se retratar no tribunal da Inquisição. Só muito mais tarde a ciência prevaleceu. Fez-se a justiça, embora a retratação formal da Igreja tenha vindo bem depois!
Portanto, o título deste texto “E PUR SI MUOVE” (no entanto ela se move) revela minha admiração por Galileo Galilei, reforçado pelo que aconteceu depois. Após ser pressionado que - se quisesse continuar vivo - teria que negar o que escrevera “é a terra que se move em torno do sol e não o contrário”. Sabemos que ele fez isso, mas conta-se que, ao sair do tribunal gritou teimosamente: “E PUR SI MUOVE”.
Algo como: falei o que vocês queriam ouvir, no entanto “É ELA QUE SE MOVE” em torno do sol. A retratação o livrou da à morte, isto é, a pena atenuada, mas viveu na condição de um condenado, convenhamos, uma injustiça sem prescrição!
O vídeo acima - entre muitos outros - acentua a bizarrice do que lhe aconteceu, frente à pretensão dos que lhe condenaram. Fico pensando, se fosse hoje com a redes sociais, ele poderia ter se lascado se o Supremo Tribunal Federal da época visse algum vídeo dele dizendo: “E PUR SI MUOVE”!
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CHICO GARCIA, formado em Administração e mestre em Gestão Estratégica de Negócios. Membro da Academia Saltense de Letras e colaborador do Jornal Taperá, em Salto.
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